A origem do bordado
A tradição da cultura do linho e a abundância de amoreiras na região de Castelo Branco, esteve na origem do desenvolvimento dos seus bordados, artesanato regional amplamente reconhecido. Já a inspiração que lhe está subjacente terá vindo do Oriente.
Segundo nos conta Maria Margarida Ivo Rosa em “O Bordado de Castelo Branco”, com os Descobrimentos novas influências chegaram até aos nossos têxteis e bordados. Da Índia foram trazidas indígenas bordadoras que se vieram juntar aos colchoeiros, “fazedores de colchas”. Estávamos em pleno séc. XVI e os bordados eram um sinal de prestígio, facto que aumentou a sua procura.
Os trabalhos, executados com fio de seda sobre linho ou algodão branco acolchoado, recorriam normalmente à simbologia, resultando em narrações de cenas bíblicas ou factos heroicos. Representavam-se caçadas e outros motivos característicos da cultura oriental. Os elementos geométricos, folhas e flores ou animais deram assim origem a uma arte de incrível beleza e originalidade.
Atualmente conseguimos mesmo identificar elementos específicos como a “Árvore da Vida”, os “cravos e as rosas” representado o homem e a mulher, as “Gavinhas” como símbolo da Amizade e muitos outros. São motivos que pelo reconhecimento hoje consagrado ao Bordado de Castelo Branco, se refletem em muitas outras áreas que não a arte dos têxteis e bordados. Encontramo-los em elementos urbanísticos como as calçadas ou os próprios edifícios, prova que são já símbolos da cidade.