A pavimentação do espaço público em território luso remonta à colonização romana, altura em que se construíram inúmeras vias empedradas. Entretanto, passaram-se vários séculos até que a pavimentação das ruas fosse retomada e ainda assim, de forma muito pontual e limitada.
Foi durante o período pombalino, mais precisamente com a reconstrução pós Terramoto de 1755, que se retomou o hábito de “calçar” as ruas com paralelepípedos.
A primeira Calçada Portuguesa nasceu apenas em 1842 e foi mandada fazer por Eusébio Furtado, um engenheiro que era simultaneamente tenente general e governador de armas do castelo de São Jorge, em Lisboa. A obra foi feita por presidiários que pavimentaram a parada, até então de terra batida, com pedras de calcário branco e basalto negro a formar um ziguezague.
O resultado foi de tal forma surpreendente, que segundo relatam cronistas da época, as pessoas se deslocavam propositadamente ao Castelo para verem a Calçada.
Depois deste sucesso, Eusébio Furtado foi incumbido de pavimentar o Rossio, tarefa que empreendeu mais uma vez com os “grilhetas”, nome que os alfacinhas davam aos prisioneiros.O desenho adotado para o rossio seguiu um padrão de listas onduladas que ficou conhecido por “mar largo”.
Hoje, a Calçada Portuguesa faz parte da imagem de marca do nosso país e constitui um dos encantos das nossas cidades.