Longe vai o tempo em que o Grafitti foi considerado uma forma de vandalismo…
Na antiguidade, a necessidade de expressão deu lugar a muitas pinturas que hoje admiramos e olhamos com respeito e admiração. É o caso das pinturas rupestres do Vale do Côa, ilustração excecional do modo vida do primeiro antepassado da humanidade.
Já na era moderna, as primeiras “paisagens” grafitadas mostravam essencialmente rabiscos ou caricaturas anarquicamente pintadas nas paredes. Eram feitas à revelia, muitas vezes durante a madrugada e conotadas com uma forma de manifestação algo marginal, associadas a grupos sociais menos integrados.
Passaram-se anos em que os grafittis foram incompreendidos e combatidos pelas populações locais e pelas próprias autoridades que viam o ato de grafitar como uma forma de danificar património de outrem.
Felizmente, a pouco e pouco outras abordagens foram surgindo, novos artistas foram aderindo a este este tipo de expressão deixando novos cunhos.
Assim nasceu a arte urbana que hoje acolhe a admiração de habitantes e turistas e que acaba mesmo se expandir “além muros”…
A paisagem urbana ganhou uma nova dimensão e o património urbano tantas vezes abandonado, transformou-se em museu aberto. Construções deterioradas, muitas vezes entaipadas ou cobertas com redes deram lugar a edifícios intervencionados onde artistas criam verdadeiras obras de arte. As próprias empresas de construção, responsáveis pela reabilitação das nossas cidades, passaram a usar materiais que simulam pinturas.
Contentores de lixo reciclados são pintados e decoram hoje as nossas ruas…
É arte urbana que nos surpreende em cada esquina e veio provar que o espaço público pode falar por si…