Calvelhe (Bragança, Bragança)

Em 1910, já havia oleiros produzindo loiça “em cor preta de pastas mais finas” e “sendo muito engenhosas as de forma de custódia por se beber pela asa e se deitar a água pelo fundo”. Este local de produção de loiça terá sido criado nos anos 40/50 da centúria de Oitocentos por oleiros oriundos de Vilar de Nantes.

Extraíam o barro num lugar da mesma freguesia – Vale Belide. Os oleiros trabalhavam no torno e coziam num forno de duas câmaras superiormente descoberto que abafavam na fase final da cozedura de modo a que a loiça adquirisse a cor preta.

Produziam garrafões, panelas, alguidares, púcaros… Vendiam a loiça pelas redondezas: Iseda, Limãos, Castro Roupal, Macedo de Cavaleiros, Paradinha Velha e Chãos, transportando-a num burro carregado com três sacos cheios de loiça bem acamada, um de cada lado do dorso e outro em cima.

NOTA:

Textos extraídos e adaptados do catálogo: As mais antigas colecções de olaria portuguesa. Norte. Barcelos: Museu de Olaria; Vila Real: Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real, 2012.