A mulher do Conde de Casal terá sido a primeira impulsionadora das rendas de Peniche, lá pelo ano de 1836.

Ao observar as rendas que então li eram feitas, achou que se poderia melhorar o trabalho usando desenhos mais sofisticados e materiais mais finos. Ciente do desafio que se lhe impunha, pediu ajuda a um engenheiro local. Estávamos no séc XIX, em plenos anos 50 quando as rendas de Peniche receberam os seus primeiros prémios internacionais. Tudo começou em Paris em 1851 mas o reconhecimento alastrou-se a Londres e Viana de Áustria, repetindo-se em Paris já em 1878.

Estavam criados os alicerces para o que viria a ser um ícone da localidade de Peniche.

Em meados do séc. XIX, o êxito das rendas levou à criação de várias oficinas onde adultos e crianças aprendiam os segredos da renda de bilros. As meninas eram iniciadas na arte com quatro anos. O numero de rendeiras não para de crescer e em 1887, foi criada a Escola Industrial D. Maria Pia onde se abriu uma secção de rendeira. Criaram-se novos desenhos e apuraram-se as técnicas que viriam a ser alvo de novos prémios internacionais.

Desde aí até hoje, outras escolas surgiram e mesmo quando a Renda deixou de integrar o currículo das escolas oficiais, Peniche não deixou de investir no seu ex-libris.

A renda de Bilros de Peniche está viva e é cada vez mais admirada.