Na sequência da revolução liberal em que o poder eclesiástico se vê despojado do seu poder, os conventos são encerrados e o clero expulso. A crise nas instituições eclesiásticas atinge um ponto tal que o clero tem que procurar novas medidas de sobrevivência.
É neste cenário, que segundo se conta, alguém do Mosteiro dos Jerónimos começa a produzir uns pastéis doces e os coloca à venda num pequeno comércio local associado à vizinha refinação de açúcar. Pela localização do Mosteiro e da loja que os vendia, os pastéis passaram a ser chamados “Pastéis de Belém”.
Entretanto, o facto de Belém atrair muita gente que vinha ver a Torre de Belém e o próprio Mosteiro dos Jerónimos, levou a que muitos tivessem experimentado e apreciado os ditos Pastéis.
Estavam criadas as condições para a produção do que é ainda hoje uma das mais reconhecidas iguarias portuguesas.
O fabrico dos Pastéis passa em 1837 para umas instalações anexas à refinação. Aqui a produção é feita segundo a “receita secreta” do Mosteiro e somente os mestres pasteleiros responsáveis pelo seu fabrico artesanal têm acesso a ela.
Passados praticamente dois séculos, a chave do sucesso continua no segredo dos deuses e os Pastéis de Belém tornaram-se um ícone da doçaria e da singularidade gastronómica portuguesa.
Exclusivos no sabor e no saber, os Pastéis de Belém são também comercializados exclusivamente na loja em Belém, conforme a tradição.