Aveiro era em meados do séc. XVI um importante centro de comércio e porto de mar. A sua economia assentava essencialmente na produção de sal e na pesca, particularmente do bacalhau na Costa Nova, actividades que lhe proporcionavam uma considerável riqueza.
Em 1575 uma forte tempestade deixou uma vasta barreira de areia isolando o porto e dando origem a uma lagoa de águas estagnadas, a ria. O bloqueio do porto e a insalubridade das águas paradas trouxe então graves problemas económicos e de saúde. Foram necessários dois séculos para que a cidade visse o problema resolvido.Entretanto, já muita gente tinha abandonado Aveiro, criando novos centros piscatórios ao longo da costa.
Actualmente, Aveiro é muitas vezes designada a Veneza portuguesa e merece uma visita sem pressas.
O canal que atravessa a cidade é palco de passeios nos famosos moliceiros, cujo colorido pinta as águas de reflexos encantadores. As pastelarias, bem à vista dos visitantes que acabam de fazer o seu passeio pelo Canal Central, tentam-nos com as montras repletas de ovos moles, um das especialidades da cidade.
Em redor abundam os edifícios de Arte Nova com as fachadas plenas de curvas e motivos florais e tons pastel.
Passeie sem pressas pelas ruas e deixe-se encantar. Esta é uma cidade particularmente romântica e oferece-lhe um sem número de actividades que vale a pena descobrir.
PONTOS A VISITAR
Museu de Arte Nova
Instalado na Casa Major Pessoa, é um dos edifícios mais emblemáticos da cidade e constitui um ponto de paragem obrigatório.
Na sua origem está uma casa centenária mandada construir por Mário Belmonte Pessoa, numa época marcada pelo progresso e pelo espírito da Belle Époque.
As linhas sinuosas e assimétricas, onde se destacam formas orgânicas da Natureza, identificam imediatamente aquele que foi um dos movimentos artísticos mais curtos mas também mais marcantes de finais do séc. XIX, início do séc XX.
A autoria do projeto por muitos atribuída a Ernesto Korrodi é hoje contrariada, identificando-se Francisco Augusto da Silva Rocha como sendo o genuíno autor da construção original. Para quem o visita, é sobretudo uma magnífica obra a descobrir em três pisos.
Sugerimos-lhe que comece por apreciar a fachada onde além da ruiquíssima cantaria que decora as paredes, sobressai um trabalho de ferraria ímpar. No telhado existe uma ave de rapina que se julga representar uma águia sapeira a apanhar um peixe, em cima de uma carapaça de tartaruga.
A entrada principal abre-se para um espaço singular onde se devem contemplar os painéis de azulejo e a porta que deixa antever a Sala de Chá. Aproveite para degustar um dos magníficos doces de Aveiro e passe de seguida à Sala de Música.
No segundo piso desfrute do auditório, da Galeria dos Artistas Arte Nova e da Sala dos Arquitetos de Aveiro entre outros. Por fim, no último piso, não perca as exposições temporárias.
No museu pode ainda usufruir de vários serviços:
– Visitas guiadas ao museu;
– Informação sobre o Circuito Arte Nova, um passeio pedonal que não vai esquecer tão depressa;
– Pacotes específicos para grupos.
Localização:
Rua Dr. Barbosa Magalhães, nº9-11 -Aveiro
T. 23 440 64 85