Barcelos é uma cidade medieval onde se respira história. O progresso, longe de apagar as pégadas do passado, soube valorizá-las dando à cidade uma identidade singular. Isso sente-se logo à entrada de Barcelos pelo lado Sul, onde nos deparamos com uma magnífica ponte medieval do séc. XIV.
Um passeio pelo centro histórico proporciona-nos imagens de rara beleza. O velho casco medieval, excepcionalmente preservado, convida-nos a percorrê-lo sem olhar para o relógio. Às casas barrocas juntam-se vários monumentos e locais imperdíveis.
A Igreja Matriz, que foi iniciada no séc. XIII tendo sofrido várias transformações ao longo do tempo e foi classificada Monumento Nacional; as ruínas do Paço dos Condes de Barcelos onde foi instalado o Museu Arqueológico; o Pelourinho que concilia os estilos românico e gótico; a Igreja de Nossa Senhora do Terço, cujo interior deslumbra qualquer visitante com os seus painéis de azulejos e a sua talha dourada; e muitos muitos outros…
Desde sempre associada à Olaria, a cidade de Barcelos deu o nome a um dos mais conhecidos símbolos nacionais: o Galo de Barcelos. Originalmente desenhado com cores garridas, o Galo de Barcelos assume hoje diferentes padrões e até formas mais estilizadas, não deixando no entanto de ser reconhecido.
Lenda do Galo de Barcelos
Estava um peregrino galego pronto para sair de Barcelos em direcção a Santiago de Compostela e prosseguir a sua peregrinação, quando foi acusado de roubo e condenado à forca. Levado ao juiz que se preparava para um banquete de galo assado, o peregrino ter-lhe-á dito que o galo cantaria como prova da sua inocência. Descrente, o juiz ignorou a “ameaça” mas no momento em que o peregrino ía ser enforcado o dito galo levantou-se e cantou mesmo. Assustado e surpreendido, o juiz correu para a forca para evitar a sentença que tinha proclamado. Descobriu então que o peregrino se tinha salvado graças a um nó mal feito. Imediatamente foi libertado e mandado em paz.
Diz-se ainda que anos mais tarde, o galego terá regressado para esculpir o Cruzeiro do Senhor do Galo, actualmente no Museu Arqueológico.
PONTOS A VISITAR
Museu de Olaria
O Museu de Olaria, nasceu em 1963 em Barcelos, região com fortes tradições na área da cerâmica. Originalmente designado como Museu Regional de Cerâmica, nasceu com a doação de uma importante coleção de peças feitas no concelho, recolhidas por Joaquim Selles Paes de Villas Boas, um etnógrafo barcelense.
A esta coleção foram-se adicionando novas peças originárias de outras regiões e objectos que não sendo peças de cerâmica pertenciam ao seu universo. A esta expansão do acervo correspondeu uma alteração do nome do museu, que passou por Museu Regional de Cerâmica, Museu de Cerâmica Popular Portuguesa e finalmente Museu de Olaria tal como é hoje conhecido.
O espólio que foi crescendo naturalmente ao longo do tempo, atinge hoje mais de 7.000 peças representativas do panorama nacional e lusófono da olaria. Louça vermelha, louça preta, figurado e azulejos formam a base de um acervo que ilustra toda uma cultura e sua evolução.
Situado desde 1995 no centro da cidade de Barcelos, o Museu encontra-se num edifício do séc. XVIII chamado a Casa dos Mendanhas Benevides Cyrne.
Saiba mais em http://www.museuolaria.org