Situada num planalto entre dois vales profundos e nas margens do rio Corgo, ergue-se Vila Real, uma cidade que chegou a ser chamada “Corte de Trás-os Montes”, tal era a sua importância nos séc. XVII e XVIII. O domínio da aristocracia da época foi muito impulsionado pela Casa dos Marqueses da Vila que ali atraíram outros nobres, cujas casas com brasão ainda hoje podemos observar ao passear por esta pequena e encantadora cidade.
Mas a história de Vila Real vai mais longe mostrando os vestígios arqueológicos encontrados que a ocupação remonta ao Paleolítico. A ocupação romana deixou-nos o Santuário Rupestre de Panóias também designado por Fragas de Panóias que fica nos arredores da cidade, em Vale de Nogueiras.
O Concelho de Vila Real oferece-nos ainda uma paisagem natural de rara beleza onde o rural domina. As Serras do Marão e do Alvão, limitadas pelos vales do rio Tâmega e do rio Corgo dispõem de inúmeras estradas e caminhos municipais que proporcionam maravilhosos passeios.
Como se trata de zonas de montanha, aconselha-se o uso de um veículo de todo o terreno, mas existem vários percursos pedestres capazes que lhe permitirão conhecer esta região especialmente abençoada pela natureza. A não perder está a zona das Figas de Ermelo cuja queda de água é uma das maiores da Europa e forma lagoas de água cristalina que encantam quem ali chega. Os acessos algo acidentados rapidamente são esquecidos pela deslumbrante visão e prazer do banho nestas águas.
Durante o passeio pelas Serras, atente-se às aldeias onde a maioria das casas foram construídas com os materiais locais tais como o xisto, o granito, o colmo e a lousa. Geralmente situadas junto a rios ou riachos, as aldeias preservam a sua identidade tradicional e os habitantes são especialmente afáveis.
Do lado Sul, a proximidade do Douro mostra outra paisagem- os vinhedos em socalco. No Outono, o vale veste-se dos tons amarelo e laranja e ganha uma nova vida com as vindimas.
PONTOS A VISITAR:
Santuário de Panóias
Antigo local de devoção e sacrifício, é o santuário rupestre mais antigo da Península Ibérica e tem características únicas. As pedras têm inscrições que revelam quem o construiu, os rituais que ali se faziam e a quem eram dedicados.
Datado de fins do séc II, início do séc. III, é formado por três grandes fragas nas quais foram talhadas cavidades destinadas ao sacrifício de animais.
Torre de Quintela
Classificada como Monumento Nacional em 1910, as primeiras referências que lhe são feitas datam de 1258, nas Inquirições de D. Afonso III.
Posteriormente, documentos do séc XVII referem que a Torre faria parte de uma herdade onde existiam outras construções entre as quais uma capela em honra de Santa Maria Madalena.
O espaço, que foi alvo de restauro, pode ser visitado precisando para tal de o requerer no Museu de Arqueologia e Numismática.
Casa de Diogo Cão
Diz a tradição que aqui terá nascido Diogo Cão, o primeiro navegador a chegar à foz do rio Congo no séc XV, aquando dos descobrimentos de África ocidental.
Enviado por D. João II, Diogo Cão estabeleceu os primeiros contactos com o reino do Congo.
Palácio de Mateus
É uma magnífico solar atribuído ao arquiteto Nicolau Nasoni e construído ao estilo Barroco. Construído no séc XVII, tem uma maravilhosa fachada e um telhado ornamentado com pináculos.
No seu interior entre outro “tesouros” a não perder, existe uma edição de “Os Lusíadas” do séc. XIX.
O complexo arquitetónico inclui também a capela de Nossa Senhora dos Prazeres e o espelho de água que reflete a esplendorosa fachada do Palácio.
O Palácio de Mateus é palco de diversos espetáculos musicais e oferece visitas guiadas. Para mais detalhes pode visitar www.casademateus.com